As negociações para a renovação das Convenções Coletivas de Trabalho foram retomadas na última quinta-feira, 4 de abril, com a realização de reuniões da Educação Superior e Educação Básica, com o objetivo de defender os anseios dos técnicos administrativos do Ensino Privado do Rio Grande do Sul.
O coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado (Sinteep Noroeste), Éder Schuinsekel, acompanhou a rodada de negociações. Para ele, está sendo mais difícil chegar a um consenso com a parte patronal do Ensino Superior.
“As negociações estão em estágios diferentes e, como imaginamos, está sendo mais complicada no Ensino Superior. Os representantes patronais insistem que ainda não foi atingido o número de alunos e créditos que se espera. Nosso argumento principal é que em outras negociações fizemos concessões e que precisamos retomar os parâmetros das negociações anteriores”, pontuou. Confira abaixo como foi a reunião de cada categoria:
Sinepe/RS | Instituições de Ensino não comunitárias
Os sindicatos dos trabalhadores defenderam uma proposta de reajuste que leva em conta a reposição da inflação medida pelo INPC (3,86%), mais a recuperação das perdas que ficaram para trás na negociação salarial de 2021/2022, que é de 2,80%. Com isso, o índice solicitado fica em 6,66%, retroativo ao mês de março, que é a data-base para os trabalhadores técnicos administrativos, além da reiteração do pedido de vale-alimentação, que ainda não é concedido para a categoria.
A contraproposta patronal foi de 1,93% em maio e 1,93% em novembro, ou seja, parcelar o INPC em duas vezes, sem a retroatividade a março, desrespeitando a data-base, impondo mais perdas com a inflação e ignorando as perdas acumuladas dos anos anteriores. Essa proposta patronal foi rechaçada pelos trabalhadores e deve seguir em negociação nas próximas reuniões. Como ponto positivo, houve uma sinalização de atender ao pedido dos sindicatos de trabalhadores que reivindicam um desconto nas mensalidades de até 50% nos cursos de pós-graduação, dando isonomia de tratamento em relação ao que já é concedido aos professores.
Sindiman | Instituições de Ensino Comunitárias
As negociações nesta mesa estão mais atrasadas, denotando uma possível intenção dos patrões de ganhar tempo e se distanciar da data-base (março). Até o momento, apenas ouvem as reivindicações, negam os argumentos dos trabalhadores e não fazem nenhuma proposta concreta no sentido de renovar as Convenções Coletivas de Trabalho. A pedida salarial dos técnicos administrativos é baseada na reposição da inflação (INPC de 3,86%), mais um percentual da média dos reajustes aplicados às mensalidades, totalizando uma proposta de 6%.
Além disso, está em debate a melhoria no desconto das mensalidades na graduação, a inclusão de desconto nos cursos de pós-graduação, o vale-alimentação e o aumento da participação patronal nos planos de saúde, passando dos atuais 50% para 75%. Na reunião com as Universidades Comunitárias, os representantes dos trabalhadores seguindo o roteiro estabelecido, terminaram de apresentar todas as cláusulas da pauta de negociação e na próxima reunião iniciam-se os debates.
Educação Básica
O cenário na Educação Básica é melhor e não sofreu com a queda de alunos nos anos anteriores. Depois de cinco reuniões, a última proposta apresentada pelo Sindicato Patronal ainda não contemplava a integralidade do INPC na data-base de março, gerando perdas para os trabalhadores. Os sindicatos dos técnicos administrativos seguem firmes na luta e na perspectiva de conquistas que possam impactar em reajuste salarial e mais dignidade profissional.
Uma nova rodada de negociação está prevista para ocorrer nesta quinta-feira, 11 de abril.